terça-feira, março 11, 2008
domingo, fevereiro 10, 2008
Levada do Alecrim-Lagoa (da Água) do Vento-Risco-10 de Fevereiro 2008
Começámos por percorrer a Levada do Alecrim (que se encontra ao lado da estrada alcatroada que dá acesso à Casa de Abrigo do Rabaçal). Passámos pela madre das levadas, bem perto da Ribeira do Alecrim.
Após termos percorrido cerca de 1,5km fizemos um desvio numa descida à esquerda, a qual se encontra facilmente, se estivermos atentos. Descemos, então, essa vereda que nos dava acesso à Lagoa do Vento.
Chegámos à Lagoa do Vento pelas 11h55m. Fizemos uma pausa de cerca de 40 minutos onde aproveitámos para aliviar um pouco as mochilas!! Os mais curiosos e destemidos foram até à ponta da lagoa onde puderam apreciar, lá no fundo, o miradouro do Risco que seria também visitado por nós. Estas últimas 3 fotos foram tiradas pelo nosso fotógrafo de serviço (Nuno) que se arriscou a ir até uma furna que se encontra na base da cascata. O objectivo era captar a água a cair na lagoa, mas de outra perspectiva. Já com o estômago mais satisfeito e com as mochilas às costas, voltámos um pouco para trás, numa subida que, a alguns, deixou sem ar. O destino agora era percorrer cerca de 2km até à Casa de Abrigo do Rabaçal. Ali houve tempo para visitar as instalações sanitárias, apreciar e fotografar os frenéticos e tão sociáveis Tentilhões e esvaziar novamente a mochila.Após esta curta paragem, seguimos caminho em direcção ao Risco.
Em cerca de 15 minutos estávamos a apreciar não só a cascata (da qual brotava uma pequena quantidade de água) mas também o local onde havíamos estado momentos antes - na Lagoa da do Vento. Aqui o Nuno aproveitou para nos mostrar o local onde, no centro daquela cascata, estava colocada uma amarração para a prática de Canyoning.
A vista dali é fantástica e, aos mais interessados, foi-lhes dito que existe um furado de cerca de 2000m. No entanto foi dito. igualmente, que o acesso estava interdito por questões de segurança. Como não podia deixar de ser, houve tempo para mais umas fotos, mas principalmente para uma em especial - a foto de grupo, que nem é habitual nos nossos passeios.Aqui está a Rubina a participar pela primeira vez nas nossas caminhadas.
Deixámos para trás o Risco, voltámos pelo mesmo caminho e descemos onde dizia "25 Fontes", à direita.
No entanto, no final da escadaria não fomos para o lado direito (25 Fontes) para sim para o lado esquerdo pois o nosso autocarro esperava-nos na "Garagem", e ainda tínhamos os 800m do Furado Novo do Rabaçal para percorrer.
À altitude em que nos encontrávamos (abaixo dos 1200m), podemos afirmar que estávamos numa área de distribuição potencial da Laurissilva do Til e do Vinhático - a floresta que ocupa a maior extensão a Norte e Sul (800 -1450m na encosta Sul e 300 -1400 m na encosta Norte).
O climax nesta floresta é quando surgem Til (Ocotea foetens), Loureiro (Laurus novocanariensis) e Folhado (Clethra arborea), mas também: Pau branco (Picconia excelsa), Aderno (Heberdenia excelsa), Vinhático (Persea indica), entre outros.
O sub-bosque da floresta do til tem uma diversidade muito grande, da qual destacamos os que identificámos: Feto botão (Woodwardia radicans), Silvado (Rubus bollei). Foi muitíssimo frequente encontrarmos a Cabreira (Phyllis nobla) e a Hera Terrestre (Sibthorpia peregrina).
As orlas e clareiras naturais do bosque são ocupadas por comunidades de ervas vivazes das quais identificámos o Tangerão ou Cardo (Cirsium latifolium), o Gerânio (Geranium palmatum) e a Doiradinha (Ranunculus cortusifolius subsp. major), embora esta última ainda se apresentasse sem flôr.
Geranium palmatum
Folha da Doiradinha (a maior)
Alberga também numerosos micro-habitats dos quais pudemos observar o Ensaião (Aeonium glandulosum) e a Leituga (Sonchus fruticosus)
Cardo ou Tangerão
Embora não estivesse em flor (pois esta só aparece entre Junho e Agosto) foi identificada por alguns como sendo um Cardo ou Tangerão. Mas aqui fica mais algumas informações: o seu nome científico é Cirsium latifolium Lowe, é uma espécie da Flora endémica da Madeira. É uma erva que atinge 40 a 80 cm de altura e vive em ambientes situados entre os 700m e os 1400m de altitude.
Texto: Mara Cardoso
Fotos: Nuno Freitas e Mara Cardoso