terça-feira, março 11, 2008

Ainda em relação ao passeio do dia 10 de Fevereiro de 2008, aqui ficam algumas das muitas fotos tiradas pela Adriana.
E que belas fotos!!
O nosso Corre-Caminhos agradece!
Fotos de: Adriana Rocha

domingo, fevereiro 10, 2008

Levada do Alecrim-Lagoa (da Água) do Vento-Risco-10 de Fevereiro 2008

O Corre-Caminhos efectuou o seu primeiro passeio interpretativo do ano 2008, no passado dia 10 de Fevereiro.
Optámos, como primeiro passeio, por um percurso relativamente simples mas muito bonito. Ao contrário das previsões metereológicas, que apontavam para fortes rajadas de vento nas zonas altas e predominância de aguaceiros, fomos abençoados com um sol radioso e um dia muito agradável.
Desta feita, iniciámos o nosso percurso no Miradouro do Rabaçal pelas 10h35m. O nosso objectivo era ir à Lagoa do Vento e apreciar o Risco lá do alto para depois vê-lo de uma cota mais baixa.

Começámos por percorrer a Levada do Alecrim (que se encontra ao lado da estrada alcatroada que dá acesso à Casa de Abrigo do Rabaçal). Passámos pela madre das levadas, bem perto da Ribeira do Alecrim.

Depois por esta escadaria magnífica, sempre acompanhados por belíssimos exemplares de Urzes das Vassouras (Erica platycodon subsp. maderincola) e Uveiras da Serra (Vaccinium padifolium), ambas espécies da Flora endémica da Madeira.

Após termos percorrido cerca de 1,5km fizemos um desvio numa descida à esquerda, a qual se encontra facilmente, se estivermos atentos. Descemos, então, essa vereda que nos dava acesso à Lagoa do Vento.

Chegámos à Lagoa do Vento pelas 11h55m. Fizemos uma pausa de cerca de 40 minutos onde aproveitámos para aliviar um pouco as mochilas!! Os mais curiosos e destemidos foram até à ponta da lagoa onde puderam apreciar, lá no fundo, o miradouro do Risco que seria também visitado por nós. Estas últimas 3 fotos foram tiradas pelo nosso fotógrafo de serviço (Nuno) que se arriscou a ir até uma furna que se encontra na base da cascata. O objectivo era captar a água a cair na lagoa, mas de outra perspectiva. Já com o estômago mais satisfeito e com as mochilas às costas, voltámos um pouco para trás, numa subida que, a alguns, deixou sem ar. O destino agora era percorrer cerca de 2km até à Casa de Abrigo do Rabaçal. Ali houve tempo para visitar as instalações sanitárias, apreciar e fotografar os frenéticos e tão sociáveis Tentilhões e esvaziar novamente a mochila.

Após esta curta paragem, seguimos caminho em direcção ao Risco.

Em cerca de 15 minutos estávamos a apreciar não só a cascata (da qual brotava uma pequena quantidade de água) mas também o local onde havíamos estado momentos antes - na Lagoa da do Vento. Aqui o Nuno aproveitou para nos mostrar o local onde, no centro daquela cascata, estava colocada uma amarração para a prática de Canyoning.

A vista dali é fantástica e, aos mais interessados, foi-lhes dito que existe um furado de cerca de 2000m. No entanto foi dito. igualmente, que o acesso estava interdito por questões de segurança. Como não podia deixar de ser, houve tempo para mais umas fotos, mas principalmente para uma em especial - a foto de grupo, que nem é habitual nos nossos passeios.

Aqui está a Rubina a participar pela primeira vez nas nossas caminhadas.

Os frequentadores habituais do Corre-Caminhos. Olhem o "tamanhinho" deles!!!
A Lúcia e família (ao centro e à esquerda) e a dona Rita (à direita) com o seu bonito casaco côr-de-rosa, sempre com um sorriso aberto.

Deixámos para trás o Risco, voltámos pelo mesmo caminho e descemos onde dizia "25 Fontes", à direita.

No entanto, no final da escadaria não fomos para o lado direito (25 Fontes) para sim para o lado esquerdo pois o nosso autocarro esperava-nos na "Garagem", e ainda tínhamos os 800m do Furado Novo do Rabaçal para percorrer.

À altitude em que nos encontrávamos (abaixo dos 1200m), podemos afirmar que estávamos numa área de distribuição potencial da Laurissilva do Til e do Vinhático - a floresta que ocupa a maior extensão a Norte e Sul (800 -1450m na encosta Sul e 300 -1400 m na encosta Norte).

O climax nesta floresta é quando surgem Til (Ocotea foetens), Loureiro (Laurus novocanariensis) e Folhado (Clethra arborea), mas também: Pau branco (Picconia excelsa), Aderno (Heberdenia excelsa), Vinhático (Persea indica), entre outros.

O sub-bosque da floresta do til tem uma diversidade muito grande, da qual destacamos os que identificámos: Feto botão (Woodwardia radicans), Silvado (Rubus bollei). Foi muitíssimo frequente encontrarmos a Cabreira (Phyllis nobla) e a Hera Terrestre (Sibthorpia peregrina).

As orlas e clareiras naturais do bosque são ocupadas por comunidades de ervas vivazes das quais identificámos o Tangerão ou Cardo (Cirsium latifolium), o Gerânio (Geranium palmatum) e a Doiradinha (Ranunculus cortusifolius subsp. major), embora esta última ainda se apresentasse sem flôr.

Geranium palmatum

Folha da Doiradinha (a maior)

Alberga também numerosos micro-habitats dos quais pudemos observar o Ensaião (Aeonium glandulosum) e a Leituga (Sonchus fruticosus)

Cardo ou Tangerão

Embora não estivesse em flor (pois esta só aparece entre Junho e Agosto) foi identificada por alguns como sendo um Cardo ou Tangerão. Mas aqui fica mais algumas informações: o seu nome científico é Cirsium latifolium Lowe, é uma espécie da Flora endémica da Madeira. É uma erva que atinge 40 a 80 cm de altura e vive em ambientes situados entre os 700m e os 1400m de altitude.

Texto: Mara Cardoso

Fotos: Nuno Freitas e Mara Cardoso

quinta-feira, agosto 23, 2007

PICO GRANDE - 12 de Agosto de 2007

No dia 12 de Agosto partimos novamente juntos do Funchal, desta vez rumo à freguesia do Jardim da Serra. O nosso percurso teve início no Miradouro da Boca da Corrida (logo acima da Casa Florestal). O percurso foi todo feito em vereda, a qual fora utilizada, em tempos, por aqueles que do Norte da ilha almejavam chegar ao Sul, e vice-versa, na inexistência de automóveis.
Por altura das festas do Senhor Bom Jesus da Ponta Delgada este era o caminho percorrido por romeiros - Caminho Real da Encumeada.
Também teria sido percorrido a cavalo por senhorios, enquanto as suas senhoras eram transportadas em redes, confortavelmente deitadas.
O percurso apresenta algumas subidas e descidas, alguns lugares estreitos mas de fácil passagem e, sobretudo, paisagens lindíssimas sobre o Curral das Freiras, Serra d’água, etc.
Da Boca da Corrida ao Chão da Relva, onde fizemos uma pausa, foram cerca de 4km, deliciando-nos com as fantásticas vistas ora do Curral das Freiras, ora da Estrada da Encumeada (Pousada dos Vinháticos e Estalagem da Encumeada), Funchal (pontinha), etc.
A Subida para o Chão da Relva encontrava-se à direita da vereda, através de uma escadaria, assinalada como "Pico Grande".
No Chão da relva a pausa foi de cerca de 2 horas pois, os mais aventureiros, corajosos e resistentes não resistiram à tentação de subir até o Pico Grande (1657 metros de altitude). Subida íngreme, alguns degraus altos, sem protecções laterais.
Partilhando com quem foi até lá... simplesmente LINDO! Valeu a pena!!
De volta ao Chão da Relva, voltámos um pouco para trás e retomámos a vereda rumo à Encumeada, percorrendo cerca de 8km onde predominaram as descidas ao longo de uma vereda recentemente melhorada.
Quando passámos por baixo do grande tubo que leva água até à Central Hidroeléctrica da Serra d'Agua, soubemos que estávamos quase no fim deste percurso.
Texto: Mara Cardoso Fotos: Nuno Freitas